
Retomando nossas encetadas pelo meio musical, depois de uma análise sobre o talento e a obra do muso do brega Raimundo Soldado (procure no arquivo) o no meu, no seu, no nosso aro, tem a honra de tratar sobre o maior exponente da MPA (Música Popular Amazonense): Nunes Filho, o Príncipe do Brega.

Sir Nunes Abramovich Rockfeller Ford Abravanel Onassis de Orleans e Bragança Rossi III Filho (Copenhague, 29/01/1950) é herdeiro direto dos tronos de Olinda (da dinastia Rossi) e de Aragão, Borba, Óbidos, Manicoré e Alenquer (dinastia Andrade) e mais três territórios à sua escolha.
Criado em um meio bastante musical, nosso pequeno príncipe acostumou-se a ouvir as canções de seu pai que o acalantavam na hora do sono. Ainda criança mudou-se para Viena onde estudou piano clássico por doze anos, mas percebendo sua insatisfação com o instrumento e sua inclinação cada vez mais evidente para a dança, fugiu com o Ballet Bolshoi que realizava excursão na capital austríaca.
Foram oito anos dedicados ao balé clássico, mas os passos de Astaire falaram mais alto em seu coração e finalmente mudou-se para Nova Iorque, onde não chegou a conhecer seu ídolo, mas conseguiu papéis menores na Broadway.
A grande guinada na sua carreira ocorreu em 1977, junto com um dançarino também da Broadway de origem italiana chamado John Joseph Travolta. Nunes Filho inventaria uma nova dança que atendia diretamente ao novo movimento de discotecas e canções dançantes.
No mesmo ano surge o clássico Saturday Night Fever (Embalos de Sábado à Noite) que seria estrelado pelo príncipe, se não fosse uma torção no tendão de Aquiles, um dia antes do início das gravações, quando após horas de desgastantes exercícios, elaborava um complexo movimento que mais tarde seria empregado na ginástica artística e que se denominaria duplo twist carpado.
Nunes Filho foi substituído pelo colega Travolta e decepcionado por este não ter lhe dado nenhum crédito na criação dos passos, resolveu voltar para uma de suas glebas, Borba, e prometeu para si que nunca mais voltaria a dançar.

O Ingrato Travolta colhendo os frutos do talento de Nunes Filho
Mas a dança estava na alma de nosso Príncipe. Tanto que com o vôo marcado de volta para o Brasil, Nunes se encontrava em uma estação de metrô da Big Apple quando passou por um grupo de cinco irmãos negros que cantavam e dançavam com muita desenvoltura.
Absorto em seu próprio drama, Nunes passou por eles sem dar bola, mas reteve sua atenção um garoto mais novo que possuía uma voz angelical e um gingado impressionante, Nunes com uma envergadura única, retroagiu alguns passos para deixar algumas moedas para os meninos, deslizando de trás para frente no chão encerado da estação de metrô, o movimento de Nunes Filho impressionou os jovens que perguntaram a ele como se chamava aquele estranho passo.
Nunes que ainda não compreendia muito bem o inglês americano ( Aprendeu em Oxford o britânico) perguntou o que os garotos queriam dizer.
Os jovens entenderam mal as palavras ditas pelo dançarino aristocrata e acreditaram que ele havia dito: Moonwalk.
Intrigado com o estranho movimento, um dos irmãos tentou executá-lo em casa e depois de muitas tentativas, o passo se tornou a marca do menino que mais tarde seria conhecido no mundo inteiro como o rei do pop, nada mais nada menos que Michael Jackson.
Deprimido e enfrentando problemas com drogas (carimbó e toadas de boi) Nunes Filho passou a cantar na noite Manauara. Apesar da voz inconfundível, das letras profundas e da interpretação marcante, foi considerado pela crítica especializada como inferior ao seu pai Sir Reginaldo Nunes Abramovich Rockfeller Ford Abravanel Onassis de Orleans e Bragança Rossi (O Rei), por este ter um gingado malevolente, enquanto Nunes permanecia estático no palco.
Os críticos foram impiedosos com o Príncipe chegando a afirmar que este só conseguia espaço na mídia local em razão de sua ascendência aristocratica.
Revoltado, Nunes passou a vender pessoalmente seus cds, chegando inclusive a levar seu cd autografado na casa do comprador, hábito que mantém até hoje.
A reconciliação de Nunes Filho com a dança veio em um grande evento chamado Brega in Santarém, onde vaiado pelo público ante sua inércia, superou o trauma e descumpriu sua promessa, executando um passo estranho e original que calou o público estupefato.
O passo combina as lições adquiridas no Bolshoi, com um gingado que se inspira nas fintas do craque Garrincha aliadas à sensualidade das danças caribenhas e latinas, em particular a cumbia.
Ainda hoje o movimento é difícil de ser descrito e é o campeão temático das monografias de conclusão de curso da maioria das faculdades de dança pelo país.
Uma cúpula de especialistas do naipe de Carlinhos de Jesus e Ana Botafogo já buscou explicar o estranho passo, em vão. Alguns dizem que Nunes o aperfeiçoou pisando em brasas quentes, mas até hoje nada foi provado.
Certa feita, Galvão Bueno e Arnaldo César Coelho foram convidados a prestigiar um show do Príncipe no Canecão. Logo que Nunes iniciou os primeiros movimentos Galvão exclamou:
-Mas Arnaldo, é impossível isso que ele tá fazendo, a física não permite, só se ele tivesse um elástico!
O público incomodado em coro vociferou:
- Cala a boca Galvão!!
Já no curso de Dança da Faculdade de Dança, Música e Belas-Artes da Universidade de Itapipoca, o passo de Nunes Filho virou matéria autônoma: “Passinho do Nunes I (propedêutica), Passinho do Nunes II (Histórico) e Passinho do Nunes III (Execução) sendo pré-requisito para quase todas as demais disciplinas.
Ante todo o exposto, só resta ao leitor acessar o youtube e ver com seus próprios olhos a beleza, envergadura, elasticidade, elegância, sensualidade e malevolência da dança do Príncipe do Brega Nunes Filho.
http://www.youtube.com/watch?v=W-awtM4E19M
Mas não é só na dança que Nunes Filho se destaca, grande compositor, Nunes é o autor do clássico “Subindo pelas paredes”, mais conhecido como “dança da lagartixa”, onde executa seu passo fenomenal.

Faltou só dizer que o famoso "rebolation" foi inspirado na dancinha dele. Aliás, inspirado uma ova! Rebolation na verdade é uma plágio malfeito da clássica dança do mestre Nunes.
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