
Quem se regozija com Calipso hoje em dia, não pode deixar de considerar que há muito tempo o Estado do Pará vem fornecendo o que há de melhor na MPB.
Depois da gripe espanhola, a febre da lambada foi a mazela que mais trouxe vítimas na história da humanidade.
O maior responsável pela expansão do mal se chama: Beto Barbosa. Paraense.
Alguns dizem que a lambada foi inventada pelo próprio demônio e os movimentos fariam alusão ao modo de mover-se no inferno em meio às chamas.
o que importa é que a Lambada virou mania no mundo. Sendo tema até de filme de holywood.

The Forbidden Dance- Lambada, A Dança Proibida é um filme americano estrelado pela ex-Miss EUA, Laura Harring em 1990. Nisa (Laura Harring), uma bela princesa do Brasil, que se preocupa em acabar com a destruição de sua vila e da floresta tropical por uma grande corporação multinacional, viaja para Los Angeles para se encontrar com Benjamin Maxwell (Richard Lynch), o presidente da empresa.
Mas sua visita é em vão, ela é avisada para marcar um encontro. Desanimada e desencorajada, Nisa aceita um emprego como empregada doméstica para se manter na América e finalmente ter o encontro.
Porém ela se apaixona por Jason (Jeff James), o belo filho dos patrões. Ela decide ensiná-lo a apaixonada e erótica dança de sua terra... Lambada.
Juntos eles decidem que a única maneira da mensagem chegar ao povo americano é entrando num concurso de Lambada. Mas Ashley (Barbra Brighton), a ex-namorada de Jason, se une a Benjamin Maxwell, ele para impedir que sua empresa seja denunciada e ela pra se vingar por ter sido preterida por Nisa.
Jason e Nisa estão dispostos a não se deterem em nada que os mantenha fora da pista de dança e ganham o concurso aproveitando o espaço na mídia para veicular uma campanha preservacionista e assim salvar a aldeia de Nisa.
Curiosamente, segundo o filme, no Brasil se fala espanhol.
Enfim, apesar da beleza e sensualidade do ritmo que tomou o mundo. Beto Barbosa também era um grande poeta, atento para as questões mais atuais da sociedade brasileira.
Barbosa tinha o ritmo e a melodia. Faltava uma letra. Em uma tremenda crise de criação que afeta constantemente grandes gênios, Beto não conseguia expressar suas emoções no papel(só no higiênico).
Um dia, revirando antigos trabalhos seus feitos durante a faculdade de publicidade e propaganda em Nova Iorque, Beto encontrou um jingle criado para uma campanha de um novo adoçante que dizia ter sabor exatamente igual ao açúcar.
Não deu outra. Bastaram alguns ajustes e um dos maiores clássicos da MPP (Música Popular Paraense) estava pronto.
Adocica, meu amor, adocica,
Adocica, meu amor, a minha vida, oi...
Tá que tá que tá ficando
Ficando muito legal
Nosso namoro é veneno
Veneno do bem e do mal (bis)
Na estrofe inicial Beto brinca com a relação do mito cristão da serpente e do veneno. O jogo da sensualidade na Lambada sempre remete ao mito judaico-cristão da queda do paraíso.
Mas o veneno destilado é do bem e do mal, ou melhor, vai além do bem e do mal, supera os impasses religiosos e toma o amor como afeto livre e desinibido das amarras morais.
Adocica, meu amor, adocica,
Adocica, meu amor, a minha vida, oi...
Bate feliz o meu coração
Quando vê você (bis)
Adocica, meu amor, adocica,
Adocica, meu amor, a minha vida, oi...
Lua luanda encanta
Os meus caminhos sem fim
Quero ter você pra sempre
Sempre pertinho de mim, oi...
Morena coce gostoso
Magia do meu prazer
Me faz de gato e sapato
Me dá, me dá mais prazer
Bate feliz o meu coração
Quando vê você (bis)
Vejam que o alcance do prazer se torna o lugar da efetivação do homem, para além das amarras sociais.
O masoquismo, a magia, o sombrio, a sensualidade, enfim, todas as manifestações passam a ser puras e genuinas expressões do ser humano, demasiado humano. Beto Barbosa é um grande nietzcheano.
Vale lembrar que o filme e bosta de porco são a mesma coisa,ou talvez o excremento suíno seja mais utilizável ,pois aduba a terra,enquanto esse filme ..........
ResponderExcluirAcabei de assistir eu gosto de filmes musicais, ele é legal!
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